terça-feira, 6 de maio de 2014

BAÍA FORMOSA

O nome original da grande baía, dado pelos índios, era Aretipicaba (bebedouro dos papagaios). O topônimo tem sua origem pela existência da única baía no litoral do Rio Grande do Norte. O povoamento do lugar teve início justamente pela baía, onde foi construído um pequeno porto de pesca.




Conforme o historiador Câmara Cascudo, no mapa de João Teixeira já estava “Bahia Formosa”, uma denominação dada pelos portugueses encantados com a beleza da enseada, aberta para o mar na moldura da floresta. Segundo o Mestre Cascudo, no livro “Nomes da Terra”, Baía Formosa era habitada antes da fundação da cidade de Natal.
Situada no extremo sul do Estado do Rio Grande do Norte, já na divisa com a Paraíba, a 104 km de Natal, localizada na Região Litoral Agreste, Baía Formosa transformou-se em zona de pesca e praia de pescadores quando terminou o corte de pau-brasil, em meados do século XVIII. “Lavoura de cereais, ajudando as pescarias, notadamente as de albacoras, de outubro a dezembro, abundantes e famosas pelo sabor, capturadas na técnica do corso”, escreveu Cascudo.
O acontecimento mais notável na memória popular foi a “matança de agosto”, em 1877. A mando do latifundiário e dono do Engenho Estrela, João Albuquerque Maranhão Cunhaú foi ao vilarejo e, juntamente com um grupo armado, tentando desalojar os moradores, alegando posse indevida e dizendo-se proprietário da enseada.
A resistência foi organizada pelo pescador Francisco Magalhães que, com mais quatorze homens armados com facas e porretes, enfrentaram os agressores em luta violenta, conseguindo rechaçar os invasores. Em novembro de 1892, o núcleo de pescadores tornou-se vila do município de Canguaretama e, nessa época, foi construída a capela de Nossa Senhora da Conceição.


Baía Formosa possui diversas belezas naturais e é o lugar ideal para alguém com espírito desbravador. Dentre essas belezas temos praias desertas, rios encontrando o mar, dunas, falésias, exuberantes lagoas de água doce e os incríveis atrativos da maior reserva de Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, a chamada “Mata Estrela”. Tudo ainda ‘quase’ intocado, do jeito que a natureza criou.


Baía Formosa estende-se, pelo litoral, da Barra de Cunhaú ao norte e vai até o distrito de Sagí ao sul, onde se encontra um autêntico povoado caiçara, com palhoças, junto à praia para abrigar as embarcações e apetrechos dos pescadores. O trajeto soma cerca de 30 km de praias, várias delas totalmente desertas, passando pelo imponente farol da cidade, o sinuoso campo de dunas, o início das trilhas para as lagoas e os rios Sagí e Guajú, rodeados pela intocada Mata Atlântica.


Baía Formosa é um santuário ecológico em solo potiguar. Suas praias são ninhos de tartarugas marinhas, os peixes boi sempre visitam a região, os botos dão um show quase todos os dias de manhã na grande enseada. Mesmo dentro do povoado, o visitante mais atento pode ver alguns sagüis e várias aves da região.

A Mata Estrela é o grande destaque em Baía Formosa, abrigando a maior reserva de Mata Atlântica sobre dunas do Brasil, com 2365 hectares, composta por 1888,79 de florestas, 81,64 de dunas e 69,73 só de lagoas. A Mata Estrela margeia toda a extensão litorânea de Baía Formosa e é um convite irrecusável para os amantes da natureza.


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