terça-feira, 15 de julho de 2014

DISPENSÁRIO SINFRÔNIO BARRETO

O prédio foi construído em 1935 para funcionar um dispensário, onde muitas vezes servia de albergue. No local, era servida uma sopa para retirantes e medicação para cuidar de algumas moléstias. Nos anos de 1980, passou a funcionar a Nordeste Gráfica. O prédio é de propriedade da Arquidiocese de Natal e será restaurado para abrigar o arquivo diocesano.

terça-feira, 6 de maio de 2014

BAÍA FORMOSA

O nome original da grande baía, dado pelos índios, era Aretipicaba (bebedouro dos papagaios). O topônimo tem sua origem pela existência da única baía no litoral do Rio Grande do Norte. O povoamento do lugar teve início justamente pela baía, onde foi construído um pequeno porto de pesca.




Conforme o historiador Câmara Cascudo, no mapa de João Teixeira já estava “Bahia Formosa”, uma denominação dada pelos portugueses encantados com a beleza da enseada, aberta para o mar na moldura da floresta. Segundo o Mestre Cascudo, no livro “Nomes da Terra”, Baía Formosa era habitada antes da fundação da cidade de Natal.
Situada no extremo sul do Estado do Rio Grande do Norte, já na divisa com a Paraíba, a 104 km de Natal, localizada na Região Litoral Agreste, Baía Formosa transformou-se em zona de pesca e praia de pescadores quando terminou o corte de pau-brasil, em meados do século XVIII. “Lavoura de cereais, ajudando as pescarias, notadamente as de albacoras, de outubro a dezembro, abundantes e famosas pelo sabor, capturadas na técnica do corso”, escreveu Cascudo.
O acontecimento mais notável na memória popular foi a “matança de agosto”, em 1877. A mando do latifundiário e dono do Engenho Estrela, João Albuquerque Maranhão Cunhaú foi ao vilarejo e, juntamente com um grupo armado, tentando desalojar os moradores, alegando posse indevida e dizendo-se proprietário da enseada.
A resistência foi organizada pelo pescador Francisco Magalhães que, com mais quatorze homens armados com facas e porretes, enfrentaram os agressores em luta violenta, conseguindo rechaçar os invasores. Em novembro de 1892, o núcleo de pescadores tornou-se vila do município de Canguaretama e, nessa época, foi construída a capela de Nossa Senhora da Conceição.


Baía Formosa possui diversas belezas naturais e é o lugar ideal para alguém com espírito desbravador. Dentre essas belezas temos praias desertas, rios encontrando o mar, dunas, falésias, exuberantes lagoas de água doce e os incríveis atrativos da maior reserva de Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, a chamada “Mata Estrela”. Tudo ainda ‘quase’ intocado, do jeito que a natureza criou.


Baía Formosa estende-se, pelo litoral, da Barra de Cunhaú ao norte e vai até o distrito de Sagí ao sul, onde se encontra um autêntico povoado caiçara, com palhoças, junto à praia para abrigar as embarcações e apetrechos dos pescadores. O trajeto soma cerca de 30 km de praias, várias delas totalmente desertas, passando pelo imponente farol da cidade, o sinuoso campo de dunas, o início das trilhas para as lagoas e os rios Sagí e Guajú, rodeados pela intocada Mata Atlântica.


Baía Formosa é um santuário ecológico em solo potiguar. Suas praias são ninhos de tartarugas marinhas, os peixes boi sempre visitam a região, os botos dão um show quase todos os dias de manhã na grande enseada. Mesmo dentro do povoado, o visitante mais atento pode ver alguns sagüis e várias aves da região.

A Mata Estrela é o grande destaque em Baía Formosa, abrigando a maior reserva de Mata Atlântica sobre dunas do Brasil, com 2365 hectares, composta por 1888,79 de florestas, 81,64 de dunas e 69,73 só de lagoas. A Mata Estrela margeia toda a extensão litorânea de Baía Formosa e é um convite irrecusável para os amantes da natureza.


quinta-feira, 13 de março de 2014

HISTÓRIA DE VILA FLOR RN

No início do século XVI, um território começou a ser colonizado com a implantação da aldeia de Gramació que constava apenas de uma légua quadrada de terras destinadas a um aldeamento indígena, sob a responsabilidade do padre jesuíta André do Sacramento. No período de 1743 a 1745 foi construída Casa da Câmara e cadeia, importante prédio público, e edificada a histórica igreja de Nossa Senhora do Desterro. Em 1755, a aldeia de Gramació foi elevada à condição de vila, passando a se chamar Vila Flor. O nome foi colocado em homenagem a um distrito de Bragança em Portugal. Nas diretrizes estabelecidas pela Carta Régia de 3 de maio de 1755, estava ordenado que os aldeamentos indígenas que se transformassem em vila passariam a ter nomes de comunas (cidades/vilarejos) portuguesas. A instalação da nova vila foi feita apenas no ano de 1769 pelo Dr. Miguel Carlos Caldeira Castelo Branco. Nesta época Vila Flor já apresentava um bom nível de desenvolvimento econômico, motivado pela força da agricultura e destacando-se na produção de cana-de-açúcar. Foi no ano de 1858 que ocorreu a expulsão injustificada dos missionários jesuítas e a transferência da sede da localidade para o povoado de Uruá, que foi elevado à categoria de vila, tornando-se em seguida, município de Canguaretama. No ano de 1940 o povoado passou a se chamar Flor, só voltando ao nome primitivo em 31 de dezembro de 1963, através da Lei n° 3.052, desmembrando-se de Canguaretama e tornando-se município do Rio Grande do Norte com seu antigo nome, Vila Flor.

Segundo Luis da Câmara Cascudo, Vila Flor constituir-se em um dos poucos núcleos urbanos e colonial do país e que ainda hoje preserva a sua forma original.  Incluída no programa de cidade histórica, visa até hoje preservar um dos mais expressivos e autênticos documentos arquitetônico do século XVIII. Encontra-se situado no núcleo monumental histórico o prédio da Casa de câmara e cadeia, e a Igreja Nossa Senhora do Desterro, construída na mesma época do século XVIII.

CASA DE CÂMARA E CADEIA DE VILA FLOR

Foi construída sobre uma plataforma elevada, com uma planta retangular. Nela foi usada tanta alvenaria de pedras quanto de tijolos. Trata de um belo exemplar da Arquitetura Colonial



IGREJA DE NOSSA SENHORA DO DESTERRO

A igreja foi construída por Frei André do Sacramento entre 1743 e 1745. A igreja é muito simples, tem nave única, capelamor e sacristia lateral. A fachada é composta de frontão triangular e sineira lateral, com janelas rasgadas à altura do coro, porta única e duas janelas baixas, como é de costume nas igrejas dos aldeamentos missioneiros. Trata-se de um belo exemplar da Arquitetura Barroca.



FONTE: CASCUDO, Luís da Câmara. Historia do Rio Grande do Norte. 2ª ed. Rio de Janeiro: ACHIAMÉ, Natal: Fundação José Augusto, 1984.


quinta-feira, 18 de julho de 2013

TEATRO PEDRO AMORIM (ASSÚ/RN)



O Cine Teatro Pedro Amorim foi erguido em 1930 por Francisco Fernandes Martins, industrial que atuava no ramo do algodão. Porém, sua inauguração aconteceu apenas em 1935, com a proposta de ser um ambiente voltado para abrigar expressões artísticas locais e nacionais. A falta de eventos fez com que o Cine Teatro ficasse fechado por 10 anos.
Em 1945 o teatro abriu as portas mais uma vez ao público, a partir daquele ano passou a exibir filmes com frequência e a trazer atrações nacionais para a cidade.
Na década de 1980, o Cine Teatro encerrou suas atividades pela segunda vez, passando mais de 30 anos desativado, o prédio ficou quase em ruínas. Sua revitalização faz parte do projeto de resgate cultural da Prefeitura do Assú, em parceria com Petrobras e Governo do Estado através da lei Câmara Cascudo.
O prédio possui platibanda e padieira decorada bem ao gosto do eclético. No monumento ainda pode-se notar um pequeno frontão destacando a entrada principal, fachada trabalhada com coluna de massa e cornija. Percebe-se ainda, as entradas laterais e contrastes decorativos bem ao gosto do art decó.

 Detalhe da fachada antes e após a restauração



  Detalhe da lateral antes e após a restauração
 


sábado, 2 de março de 2013

AREZ/RN





Tudo começou quando um grupo de índios chefiados pelo valente cacique Jacumahuma, resolveu deixar o aldeamento de Papary por causa das desavenças ocorridas, e foi a procura de novas terras. Chegando às margens da lagoa de Guaraíras, o grupo indígena se estabeleceu e daí surgiu a primeira comunidade da futura vila de Arez. Para alguns historiadores o nome  Arez foi dado por um português que em época desconhecida habitou aquela região, batizando-a assim em homenagem a uma vila do Alentejo, em Portugal. Também acham que os índios ao se desligarem da tribo em que viviam em Papary se estabeleceram às margens do rio Jacu, próximo ao local, hoje, denominado Estivas. Os primeiros elementos brancos a visitar a região de Arez, foram os holandeses. Dizem que Maurício de Nassau pretendia abrir um canal para entrada de navios e no futuro construir um porto, o que não foi concretizado, pois os mesmos foram expulsos e perseguidos pelos portugueses. Com esforço e resistência os holandeses construíram na ilha do Flamengo, nome dado por eles a uma ilha no centro da lagoa Caraíbas, fortificações onde se refugiaram até a derrota final em 1651. No ano de 1659, chagavam os padres jesuítas sob o comando do padre Sebastião Figueiredo e deram início a catequese junto aos índios da localidade. Logo depois fundaram a Missão de São João Batista de Guaraíras e construíram a igreja e o convento, ainda hoje existentes. Porém em 1758, os jesuítas foram expulsos da comunidade. Foi nesse ano que a comunidade recebeu o título de vila com o nome de Vila Nova de Arez, dado pelo juiz de  Olinda, Dr. Miguel Carlos Caldeira Castelo Branco. Criada a vila de Goianinha em 7 de agosto de 1832, supriu-se a de Arez, que passou a integrar o território da nova vila em 8 de agosto de 1855, foi novamente restaurada pela resolução provincial nº 318. Novamente, através da Lei Provincial de 21 de abril de 1862, o município reincorporou-se à Goianinha. Em 16 de dezembro de 1864, pela Lei nº 559, desmembrou-se de Goianinha e incorporou- se ao município de Papary. Em 11 de dezem bro de 1876, a Lei nº 778, Arez desmembrou-se de Goianinha e tornou-se município do Rio Grande do Norte.

ATRATIVOS TURÍSTICOS

IGREJA DE SÃO JOÃO BATISTA




A Igreja São João Batista “ Igreja São João Batista de Guaraíras” em Arez é considerada uma das mais antiga do Brasil. Foi construída pelos missionários portugueses da companhia de Jesus com ajuda dos índios e colonizadores. A construção levou longos 17 anos para ser concluída. Em 24 de junho de 1659, a igreja estava praticamente concluída, faltando apenas parte do piso superior e as torres.
Em seu interior, a igreja conta com imagens sacras em madeira policromada datadas do final do século XIX representando os “Reis Magos”.





PELOURINHO

 

O Pelourinho foi erguido em 1760, quando Arez/RN passou de aldeamento à categoria de Vila. Segundo o historiador Luís da Câmara Cascudo, quando o Pelourinho era instalado na praça Pública, este simbolizava a presença do governo eleito pelo povo, com jurisdição de Juiz Ordinário eleito pelo povo. O Pelourinho significava ainda o lugar de defesa dos direitos dos cidadãos, de dirigir-se, governar-se e defender-se dos criminosos. O Pelourinho era símbolo de lei e autonomia.
O Pelourinho de Arez também é conhecido como Santa Coluna por ter abrigado em seu cume uma imagem de Nossa Senhora de Fátima presentiada pelo Rei de Portugal.


FRONTISPÍCIO DO CEMITÉRIO DE AREZ




Datado do século XIX. Foi Construído em 1882 pelo missionário capuchinho “ Frei Herculano “. O Estilo tem no Rococó um requinte de luxo sedutor. Não há outro modelo em todo o Nordeste do Brasil. Foi tombado em 23/08/1962 pelo instituto Histórico Nacional.



ILHA DO FLAMENGO




Localizada na lagoa de Guaraíras na cidade de Arez/RN. A ilha do flamengo recebeu essa denominação, em virtude dos holandeses, quando habitaram tal ilha na época em que denominaram a capitania do Rio Grande do Norte (1633-1654) e nesta ilha edificação uma casa-forte. Essa ilha foi palco de grandes e famosas batalhas entre portugueses e holandeses. 


CANHÃO DO FORTIM DA ILHA DO FLAMENGO




Peça bélica de artilharia pesada usada pelos holandeses  após os massacres de Cunhaú e Uruaçu, entre os anos de 1647 a 1652 em batalhas contra os portugueses. Atualmente o canhão encontra-se chantado no Centro de Arez, em frente a Igreja Matriz.




BARBALHO,Claudionor Barroso. Vila de Arez – Alguns Fatos Históricos dos Séculos XVIII e XIX, publicação Gráfica São Francisco. 2005.


BORGES, M. E. ; Alcineia Rodrigues dos Santos ; GOMES, L. T. S. Estudos Cemiteriais no Brasil: catálogo de livros, teses, dissertações e artigos. 01. ed. Goiânia: Cegraf, UFG, 2010. v. 01. 128 p.


CASCUDO, Luís da Câmara. História da Cidade do Natal. Natal, Fundação José Augusto,1980.


MEDEIROS, Olavo. Aconteceu na Capitania do Rio Grande do Norte, Natal, Departamento Estadual de Imprensa, 1997.


MOURA, Pedro. Fatos da História do Rio Grande do Norte. Natal, CERN, 1986.